30 de jul. de 2011

Mercado do entretenimento tem carência de profissionais

O Brasil é show. Os palcos estão lotados. Só uma produtora programou 40 espetáculos no segundo semestre. É o país do Rock in Rio, da Copa, da Olimpíada. Mas, nos palcos cheios de artistas, faltam profissionais para trabalhar

O cenário mudou há menos de três anos. A diversidade dos espetáculos invadiu os palcos dos teatros do país. Dramas, comédias e musicais, a cada dia atraem mais público e aumentam a incerteza dos produtores: onde conseguir mão de obra qualificada para garantir o brilhantismo de cada uma das cenas? Os técnicos de som e de iluminação, os eletricistas e os contra-regras. Mão de obra indispensável, mas que anda escassa em todo o país.

“Quem está, está fazendo muito bem. Mas como está havendo essa ‘tsunami’ do bem, com muitas produções acontecendo, estamos vivendo esse problema, que eu diria até que é um problema bom. Mas está, definitivamente, faltando gente”, diz o produtor cultural Rogério Calainho.

Claudio Piovesan é um dos dirigentes do sindicato dos artistas e técnicos do Rio de Janeiro. Iluminador consagrado nem sabe exato de quantas peças participou nos últimos 30 anos. Agora se espanta diante do avanço tecnológico que ronda os bastidores dos teatros.

“Neste momento, se me chamarem para fazer um espetáculo, iluminar, eu teria que me reciclar”, conta Claudio Piovesan.

Os antigos profissionais não se atualizaram e os que estão aptos para o mercado são poucos diante de tanta demanda. A Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016 estão mostrando aos outros países que o Brasil pode receber grandes espetáculos. A lista de shows já programados e a fase de negociação crescem como nunca. Os produtores estão deixando para contratar aqui um grande número de profissionais.

Os números são surpreendentes: a companhia canadense Cirque de Soleil precisou de 700 profissionais para uma única temporada brasileira. Para o Rock in Rio, que começa em setembro muita gente há está sendo treinada.

“Temos que treinar profissionais para esse tipo de evento. É uma carga horária alta, com urgência, porque os eventos estão em cima, senão o pessoal não vai dar conta do trabalho”, diz a professora do curso de áudio Marina Puig

As salas de aula andam cheias. O novo mercado tem incentivado iniciantes e levado profissionais a se atualizarem. “As grandes empresas hoje buscam pessoas qualificadas para preencher suas vagas”, conta o operador de áudio Alexandre Xavier. “É preciso cada vez mais se especializar, buscar conhecimento, buscar estudar, para atuar nesse mercado”, diz o técnico iluminador Leonardo Amaral.

A remuneração depende do espetáculo. Um técnico de mixagem de um show pode ganhar até R$ 700 de diária, um diretor de cena, R$ 430 e um coordenador de luz ou de áudio, R$ 520 por espetáculo. Nada mal para quem quer conquistar o mundo mágico dos palcos.

Globo.com

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